Num mundo cada vez mais digital, o acesso à informação é omnipresente e um dado adquirido para quase toda a população mundial. Mas para chegarmos até aqui, passámos grande parte das últimas décadas a transformar o mundo real em zeros e uns. Os livros viraram ficheiros, os antigos dossiers de argolas são quase uma lenda, as micas de plástico são pastas alojadas na nuvem e acessíveis em qualquer parte do planeta, as cassetes e DVDs convertidos em ficheiros comprimidos que levamos às dezenas nos nossos smartphones e computadores.
Por mais incrível que pareça, esta história começou a escrever-se há pouco mais de meio século. Nessa época, os computadores eram raros, ocupavam salas com dezenas de metros quadrados e processavam operações com pequenas quantidades de bits e bytes. Para teres uma ideia, os computadores que traçaram a viagem da Apollo 11 até à lua em 1969 tinham o mesmo poder de processamento que uma calculadora.
Exceção feita a fenómenos pontuais como o surgimento dos primeiros videojogos, esta terá sido a primeira grande conquista informática que pôs o mundo a salivar coletivamente por tecnologia capaz de operar milagres. Ainda assim, haveríamos de esperar mais de uma década por novidades ao alcance do grande público. Foi apenas em 1981 que a expressão "computador pessoal" entrou no léxico global e na década seguinte juntaram-se expressões como "telemóveis" ou "portáteis". E com o surgimento da Internet em 1983, o mundo nunca mais foi o mesmo.
Por mais incrível que pareça, esta história começou a escrever-se há pouco mais de meio século. Nessa época, os computadores eram raros, ocupavam salas com dezenas de metros quadrados e processavam operações com pequenas quantidades de bits e bytes. Para teres uma ideia, os computadores que traçaram a viagem da Apollo 11 até à lua em 1969 tinham o mesmo poder de processamento que uma calculadora.
Exceção feita a fenómenos pontuais como o surgimento dos primeiros videojogos, esta terá sido a primeira grande conquista informática que pôs o mundo a salivar coletivamente por tecnologia capaz de operar milagres. Ainda assim, haveríamos de esperar mais de uma década por novidades ao alcance do grande público. Foi apenas em 1981 que a expressão "computador pessoal" entrou no léxico global e na década seguinte juntaram-se expressões como "telemóveis" ou "portáteis". E com o surgimento da Internet em 1983, o mundo nunca mais foi o mesmo.
Um milagre no bolso de toda a gente
Nos últimos 40 anos o mercado tecnológico nunca mais parou de inovar, nem de crescer – tudo enquanto os produtos iam encolhendo até ao ponto de nos caberem na palma da mão. O mercado dos computadores vale hoje mais de 330 mil milhões de dólares. Estima-se que 35% da população mundial tenha pelo menos um smartphone, o que significa que este segmento vale uns astronómicos 410 mil milhões de dólares. E o acesso à Internet, que regista 4 mil milhões de utilizadores em todo o mundo, caminha a passos largos para se transformar num direito básico do Homem.
O milagre há muito se transformou em realidade: os computadores deixaram as universidades e instalaram-se em nossa casa; os telemóveis saltaram dos filmes de sci-fi para as nossas mãos; a Internet democratizou-se e com ela democratizou-se o acesso à informação – seja uma série na Netflix, um artigo na Wikipedia, o nosso email pessoal ou fotografias das férias que o teu pai alojou na cloud.
Uma questão de escala (invisível)
Com mais de metade da população mundial ocupada a consumir informação, e uma percentagem significativa a criá-la, há uma pergunta que se impõe: afinal onde se guardam estes bits, bytes e gigabytes que estão em todo o lado, mas não estão em lado nenhum?
Apesar de invisíveis, estes zeros e uns precisam de servidores onde ficarem alojados. O seu impacto geográfico, ambiental e energético tem sido uma preocupação cada vez mais premente para os maiores fabricantes, que em vez de se instalarem em países em desenvolvimento ou em desertos, começam a estudar soluções alternativas, como a instalação de servidores em grandes profundidades.
O motivo para esta preocupação é simples: a dimensão gigantesca de dados que criamos, gerimos e consultamos todos os dias e que têm de estar seguros e acessíveis imediatamente. Vamos fazer umas contas?
- Alguma vez pensaste em ver todos os vídeos do YouTube? Não é para todos: a cada minuto que passa, o YouTube recebe cerca de 500 horas de conteúdos. Isto significa que diariamente são carregados 82 anos de vídeo naquela plataforma. Já não é assim tão estranho que haja um “weird side of YouTube”, pois não?
- Existem cerca de 2,8 mil milhões de utilizadores ativos no Facebook, mas há vários milhões de novas contas a surgirem todos os dias. Os moderadores de conteúdos do Facebook não têm certamente vida fácil;
- Mais de 500 milhões de tweets são publicados todos os dias no Twitter - ou seja, cerca de seis mil por segundo. Uma velocidade estonteante, que faz com que a cada 24 horas haja um livro de dez milhões de páginas pronto a ser editado;
- Pelo WhatsApp, um dos serviços de mensagens encriptadas mais populares do mundo, são enviadas todos os dias 65 mil milhões de mensagens – qualquer coisa como 9 mensagens por cada pessoa existente na Terra;
- Em 2025, estima-se que 463 milhões de terabytes de dados serão criados a cada 24 horas: o equivalente a 212 milhões de DVDs, de longe a maior coleção de filmes da Via Láctea;
- Se algum dia quiseres ver todos os conteúdos da Netlifx, garante que tens tempo para gastar. Vais precisar de quatro anos de visionamento ininterrupto.

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