É oficial - em meados de 2021, já estamos plenamente na década de '20 deste século, e multiplicam-se as comparações com a década mais estouvada do século passado: os Loucos Anos '20. É fácil perceber o que torna essa década tão sedutora: o luxo do excesso, os vestidos com franjas a balançar ao som do foxtrot, a era da Proibição nos Estados Unidos com os seus bares secretos a vender álcool ilegal, e, enfim, festa constante.
Repetir uma década de festa, inovação artística, alegria e otimismo parece muito apelativo, mas o que torna estes anos '20 semelhantes com os de 1920? Na altura, as pessoas tinham acabado de se libertar de uma pandemia e da Primeira Guerra Mundial, e, perante o fim desse período negro, só queriam divertir-se. Parece um cenário familiar?
Não espanta que seja uma ideia agradável "começar a planear já trazer de volta o glamour e a excitação que marcou uma das eras mais extraordinárias da América", como escreve a Forbes (Are You Ready To Rock The New Roaring '20s?!). Quando voltarmos aos escritórios, voltam também os encontros fora de horas, as roupas extravagantes a substituírem os pijamas, as discotecas a voltarem a encher-se de gente pronta a dançar. Na Marker, lemos que "o novo zeitgeist para a próxima década é de brilhante positivismo", prevendo-se que no final da pandemia venham períodos de expansão económica, dinamismo de riqueza, e inovação artística e tecnológica incomparáveis nas últimas décadas (Will the 2020s Really Become the Next Roaring Twenties?).
O que vem aí então no mundo das artes na próxima década? Não tem faltado especulação para o que pode vir aí, e algumas das previsões parecem certas - outras mais improváveis. Dá uma olhada e não te esqueças de nos deixar também as tuas opiniões/apostas.
Repetir uma década de festa, inovação artística, alegria e otimismo parece muito apelativo, mas o que torna estes anos '20 semelhantes com os de 1920? Na altura, as pessoas tinham acabado de se libertar de uma pandemia e da Primeira Guerra Mundial, e, perante o fim desse período negro, só queriam divertir-se. Parece um cenário familiar?
Não espanta que seja uma ideia agradável "começar a planear já trazer de volta o glamour e a excitação que marcou uma das eras mais extraordinárias da América", como escreve a Forbes (Are You Ready To Rock The New Roaring '20s?!). Quando voltarmos aos escritórios, voltam também os encontros fora de horas, as roupas extravagantes a substituírem os pijamas, as discotecas a voltarem a encher-se de gente pronta a dançar. Na Marker, lemos que "o novo zeitgeist para a próxima década é de brilhante positivismo", prevendo-se que no final da pandemia venham períodos de expansão económica, dinamismo de riqueza, e inovação artística e tecnológica incomparáveis nas últimas décadas (Will the 2020s Really Become the Next Roaring Twenties?).
O que vem aí então no mundo das artes na próxima década? Não tem faltado especulação para o que pode vir aí, e algumas das previsões parecem certas - outras mais improváveis. Dá uma olhada e não te esqueças de nos deixar também as tuas opiniões/apostas.
A diversidade é rainha
Finalmente, não? Nos anos mais recentes, os museus, galerias e festivais de música tentaram espelhar nos seus catálogos e programações a diversidade que existe no mundo em que se inserem. Já chega de museus empoeirados cheios de artistas homens brancos - como escreve a Riseart (5 Current Art Trends in the 2020s), "os anos 2020 vão ver uma movimentação para maior representação de artistas mulheres e LGBTQI+ e narrativas não-ocidentais".
Os maiores museus do mundo já começam a fazê-lo - e a expor lado a lado os incontornáveis de sempre Picassos e Jackson Pollocks ao lado de artistas historicamente desvalorizadas por serem mulheres, não-brancas ou de sexualidades e géneros minoritários. O Artsy (Our Predictions for Art in the 2020s) prevê o mesmo, até porque muitos museus já estão a complementar o seu staff com historiadores de arte vindos de diferentes backgrounds, para ajudar a fazer curadorias cheias de diversidade.
Uma vaga de otimismo… psicadélico
Num artigo em que consultou um futurista, um perito em tendências e uma astróloga, a Vogue escreve aquilo que tantos outros repetem: vem aí uma onda de otimismo (What Do the 2020s Hold? A Futurist, a Trend Forecaster and an Astrologer Predict). "A viragem da década tem-nos dado muito em que pensar", lê-se na Vogue. "Os 2020s estão a ir num sentido de maior alívio, de algo mais otimista." Porquê? Em parte, por causa da legalização, um pouco por todo o mundo, da canábis e até dos cogumelos mágicos, dizem os peritos que falaram à revista. "Denver, Colorado, e Oakland, Califórnia descriminalizaram a posse dos cogumelos mágicos. (...) É o próximo nível da meditação. Chamamos-lhe saúde psicadélica."
Um momento artístico mais abstrato
Na história da arte, é frequente as tensões aumentarem e as variações entre estilos na moda serem rápidas e radicais. É por isso que a crítica de arte que escreve no Artsy refere que, depois de uma década de 2010 cheia de arte figurativa, com representações de corpos reais e imagens ultra-realistas, é quase certo que vem aí uma mudança brusca para o abstrato. "O mundo da arte vai cansar-se das mesmas narrativas sobre figuração e o corpo, e procurar experiências mais espirituais e transcendentes. Vamos todos voltar a falar e pensar na abstração".
Ver, comprar e vender digital
Tudo se faz digitalmente e, com o aparecimento de tendências artísticas cada vez mais digitais, desde a interatividade às peças artísticas imersivas, passando certamente pelos Non Fungible Tokens que tornam possível vender arte digital pelos mesmos preços astronómicos que são praticados nas galerias físicas, está mais do que confirmado que os novos Loucos Anos ‘20 vão mesmo passar pela Internet. Na revista especializada Riseart, preveem que no mundo da arte plástica a mudança para o digital seja rápida. "Podes contar com mais mercados digitais, mais salas de exposição digitais, mais exposições virtuais, e mais vendas pelas redes sociais. Os marchants d'art vão ter de se dedicar às vendas virtuais para sobreviver".
Finalmente, a era de Aquário
"Júpiter e Saturno são importantes por estarem no meio do sistema solar. Nos últimos 200 anos, sempre que se encontraram, foi em signos de Terra - Touro, Virgem, Capricórnio. Mas este ano, temos um nome para isto - a Grande Mutação. Parece o vírus do Ébola, mas não é. É quando há uma mudança de elemento. Júpiter e Saturno vão para o Ar. Vão alinhar-se em Aquário. E o efeito na civilização vai ser enorme". Quem o explica é a astróloga que falou à Vogue.
E agora que a astrologia volta a estar em voga, porque não tentar perceber o que nos dizem as estrelas? A Era de Aquário está prestes a começar e pode trazer coisas que os signos de Terra não puderam trazer - em vez do materialismo da linha de montagem e da era industrial, pode vir aí uma época de Ar, feita de leveza, desmaterialização, e também de trabalho em equipa para enfrentar grandes problemas. Será verdade? Só os Loucos Anos '20, parte 2, o dirão.